A Universidade Federal do Paraná (UFPR), por meio do projeto de extensão Mulheres Empreendedoras e Líderes (MEL), promoveu, no dia 13 de junho, o segundo encontro da Rede de Apoio às Mulheres Egressas do Sistema Prisional, reunindo representantes de diversas instituições públicas e movimentos sociais. A reunião teve como foco a construção conjunta de estratégias para garantir autonomia, inclusão social e dignidade às mulheres que deixam o sistema prisional.
Entre os presentes estavam representantes da Secretaria da Justiça do Paraná (SEJU), Instituto Federal do Paraná (IFPR), Ministério Público do Trabalho, Defensoria Pública do Estado do Paraná, Núcleo de Políticas Públicas do Paraná, além de pesquisadores da área de Direitos Humanos e integrantes da direção do sistema prisional. A vereadora da cidade de Curitiba, Vanda de Assis também esteve presente.
Durante o encontro, a professora e coordenadora da ITCP, Maria Rita Michalski, comentou sobre o prédio cedido em comodato pela Prefeitura de Curitiba, que sediará o futuro Centro Público de Economia Solidária. O espaço abrigará oficinas de produção e comercialização de insumos conduzidas por participantes da ITCP, incluindo mulheres egressas, como forma de apoiar sua reinserção social. A iniciativa articula inclusão produtiva e economia popular, e será desenvolvida em parceria com a UFPR, responsável pela reforma do imóvel.
O professor Ruy Muggiati, representando o Observatório Social de Saúde Prisional e Justiça Criminal, enfatizou o papel do cooperativismo e da sustentabilidade como pilares para o fortalecimento de políticas públicas voltadas à reintegração social. Ele reforçou a importância da união entre universidade, poder público e sociedade civil para garantir impacto contínuo.
A diretora da Penitenciária Central do Estado – Unidade de Progressão (PCE-UP), Claudia Grignet Fardoski Souto, esteve presente e contribuiu com reflexões sobre os desafios enfrentados pelas mulheres após deixarem o sistema prisional, além de apresentar um panorama das ações já realizadas.
Também participaram Darla Cebulski, gestora do Complexo Social de Curitiba, fortalecendo a articulação entre políticas públicas municipais e ações voltadas à reintegração social; Anna Ashley Delima, assessora jurídica da Defensoria Pública do Estado do Paraná, que representou a instituição no debate sobre as garantias de direitos às egressas; e Waleiska Fernandes, assessora do mandato da vereadora Giorgia Prates, que compartilhou os avanços na tramitação do Projeto de Lei de apoio à pessoa egressa, previsto para votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Notas técnicas elaboradas com apoio do Ministério Público do Trabalho e outros órgãos foram fundamentais para impedir o arquivamento da proposta.
Além dos informes institucionais, o encontro foi marcado por reflexões profundas sobre os fatores que contribuem para a reincidência, os caminhos percorridos por essas mulheres e as dificuldades enfrentadas ao deixar os complexos. As contribuições reforçaram a urgência de ações integradas e de políticas públicas específicas voltadas à realidade das egressas.
A reunião reafirmou o compromisso coletivo da Rede com a criação de caminhos reais de autonomia, dignidade e permanência fora do ciclo de violências. As instituições presentes seguem articuladas para garantir que as ações da Jornada de Mulheres avancem com base na escuta, no diálogo e no fortalecimento das políticas públicas.
A próxima reunião da Rede será realizada no dia 8 de julho, no Complexo Social de Curitiba, e será aberta a todas as pessoas interessadas em contribuir com a pauta. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail itcp@ufpr.br.

